Coelhos na Páscoa

Uma criança sorridente num fatinho adorável abraça um coelhinho bebé nos seus braços. O que há de errado com esta imagem? Ao contrário do que sugere a Páscoa, os coelhos e crianças pequenas não combinam bem. A exuberância natural, a irrequietude e o nível de decibeis de mesmo a mais sossegada das crianças constituem stress para a sensibilidade dos coelhos. É rara a criança que aprecia a natureza súbtil e sensível dos coelhos.

Outra ideia errada é que os coelhos são passivos e bons para fazer festas. São criaturas que adoram o chão, e que se sentem assustados e inseguros quando agarrados e seguros. As crianças gostam de companheiros que possam segurar, carregar e acariciar, tal como fazem com o seu peluche favorito. Não é razoável esperar que uma criança assuma a responsabilidade de tomar conta de um coelho, ou de se comprometer a fazer seja o que for por 10 anos! Demasiadas vezes, a criança perde o interesse, e o coelho acaba negligenciado ou abandonado.

Algumas pessoas pensam que os coelhos são de fácil manutenção. De facto, requerem quase tanto trabalho como um cão. Têm de ser ensinados. A casa tem de estar “à prova de coelho” ou o Dentinho roerá fios eléctricos, tapetes, livros e mobília. Devem ser castrados, ou marcarão toda a casa com fezes e urina. Devem viver dentro de casa, como qualquer membro da família. Os coelhos mantidos em coelheiras no jardim tem uma vida média de um ano; enqunato que os coelhos que vivem dentro de casa podem chegar a viver de 8 a 10 anos. Os predadores abundam, não apenas em áreas rurais mas também em locais urbanos e suburbanos. Os coelhos no exterior aborrecem-se e ficam deprimidos com o isolamento. Confinar estes animais sensíveis, inteligentes e sociais a uma coelheira ou gaiola é perder toda a alegria de partilha a sua vida com um coelho. A menos que faça parte da sua rotina diária, não terá oportunidade de vir a conhecer a sua súbtil personalidade.

Claramente, os coelhos não são para toda a gente! É um adulto calmo que vive num lar sossegado? Está desejoso de conhecer coelhos nos termos dos coelhos, não nos seus – passar tempo abaixado ao nível deles, no chão, permitir ao coelho iniciar gestos de amizade e confiança? Se pensa ser um daqueles raros indivíduos que apreciariam partilhar a vida com um coelho, visite por favor um abrigo local ou um grupo de recolha de coelhos. Como a popularidade dos coelhos aumentou, estão a sofrer o mesmo destino dos outros animais de companhia – o abandono. Pode também verificar a clínica veterinária mais perto e os anúncios de animais no jornal. É um triste facto que onde quer que se viva, a pelo menos 10 milhas existe um coelho que necessita de abrigo. O esforço feito para encontrar esse coelho especial significa que está a salvar uma vida.

Por isso, se a Carlinha está a pedir um coelhinho pela Páscoa, faça um favor a um coelho, e compre-lhe um coelho de brincar que ela possa apertar à sua vontade. Vamos fazer da Páscoa uma época de felicidade para os nossos amigos de orelhas compridas.

por Amy Shapiro