“Preciso de um coelho com uma personalidade especial”, diz a pessoa ao telefone, e começa a descrever o coelho que perdeu. O coelho pedia para ser apanhado, lambia-lhe a face. Se tenho um coelho assim no meu abrigo? À medida que falamos, revela que possui outro coelho, que vive lá fora, numa gaiola. Este coelho não é especial, na cabeça da pessoa, e nunca será.
Se um coelho procura activamente a atenção de humanos, recebe prémios na forma de comida, goluseimas, companhia. O coelho desenvolve-se com prazer e confiança, tornando-se mais demonstrativo. O ciclo positivo de se tornar um “coelho especial” começou.
Mas e se tem de ser o humano, não o coelho, a começar o ciclo? Tristemente, o “ciclo de coelho especial” pode nunca acontecer.
Olho para os coelhos que tenho a precisarem de lares… mas não consigo encontrar um mais necessitado do que o coelho tímido na gaiola tão pronto a expandir com prazer e confiança como outro… para se tornar num coelho especial.
por Holly O’Meara